quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Torres da ilusão

   A gente faz merda na vida, e sempre vamos fazer. As coisas boas da vida são na verdade tão medíocres quanto todo o resto, mas não pra nós. Criamos mundos  em que vivemos bem, a dor passageira dorme ao lado e pede açúcar as vezes, mas só isso. Nesse mundo somos fortes, senhores de tudo, lutamos, amamos, vencemos, rimos, choramos e então caímos, como Ícaro que caiu por voar perto demais do sol, e enquanto caímos tudo desmorona, tudo caí, voltando a ser as cinzas que sempre foram.


Então os homens dizem: "Não crie mundos! Eles caírão!", quando nem mesmo eles deixam de criar os seus, escondidos lá no fundo da alma podre. Nunca houve um homem que não o tivesse criado, nunca houve ninguem que viveu a realidade pura por mais de um dia e não se entorpeceu de razão, tão nociva quanto veneno. Ainda existem os homens que vivem apenas nos  seus mundos e não experimentam o gosto da realidade amarga, que é de torcer a cara. Esses sofrem também, seguram seus castelos o máximo que podem, mas todos caem, um dia. Então não lhes resta mais nada, pois era tudo que tinham. Esses nunca farão seus castelos de novo.


 E há homens que simplismente não sabem, erguem castelos com pedras reais, cortam as mão, machucam as costas, mas no final do dia, é possivel dar um sorriso realmente franco.

Um comentário:

  1. Léo, adorei seu blog. Você simplesmente tem um dom de traduzir sentimentos. Visitarei mais vezes. Abraços.

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